segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

È possivel produzir em quantidade e ainda sim quebrar financeiramente ?

Poderia assumir a forma de um “U”: o que é chamado de recuperação de desempregados, como vimos, após a recessão de 1991-2. No início de 1990, as empresas renovam seus investimentos lentamente e com isso, fica travada a recontratação dos trabalhadores por vários anos. Assim, o crescimento econômico é lento em retomar.

Ele poderia até se tornar “W”. Haveria um duplo mergulho. O peso do excesso de capacidade e a dívida seriam demais para permitir a recuperação das despesas de consumo e investimento, assim que a recuperação econômica venha a ser de curta duração e as principais economias capitalistas mergulharem de novo em recessão. Foi o que aconteceu em 1980-82. Levou duas recessões para chegar a se recuperar.

Pior ainda, a recuperação pode levar uma forma “L”. Como no Japão após o colapso da bolha de crédito grande lá em 1989, a economia ficou estagnada durante uma década inteira. Enorme dívida se acumulou nos bancos e em vez de escrever estas fora, e causar grandes falências e de uma crise bancária dos contribuintes, o governo japonês a usou para salvar os bancos com empréstimos e garantias. Os bancos, por sua vez sentaram-se sobre as suas dívidas, mas não emprestaram dinheiro para novos investimentos. Isso soa semelhante ao ambiente atual.

Mas, provavelmente, a recuperação será mais como um sinal de “raiz quadrada”. A grande queda na produção é longa. Agora haverá uma recuperação. Mas vai ficar aquém de restaurar a taxa de crescimento econômico alcançado antes da grande recessão. Em vez de 3-4% ao ano, a produção nas principais economias estará mais perto de 1-2% ao ano. Isso não será bom o suficiente para restabelecer a rentabilidade a níveis anteriores. O sistema capitalista, assim, corre o risco de uma nova queda ainda maior no caminho.

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